sexta-feira, 7 de março de 2014

Lucas Prado Kallas -Especialistas esperam nova onda de projetos de grafite no mundo

lucas prado kallas
De acordo com especialistas, o aumento das aplicações da ponta de lápis em baterias de íon-lítio, usadas em carros, telefones celulares e tablets, em conjunto com a queda na produção de grafite na China, vai contribuir para a maior onda de projetos de grafite no mundo das últimas décadas. No Brasil, a Lara Exploration possui o projeto Canindé, no Ceará, e a Paringa Resources detém os empreendimentos de grafite São Fidélis e Santo Antônio, ambos no Rio de Janeiro.
O especialista Don Hains, da consultoria para geologia e mineração Watts, Griffis and McQuat Limited, disse que muitas companhias estão interessadas em áreas ricas em grafite. “Existem, pelo menos, quase 300 empresas ou projetos individuais que estão sendo analisados em todo o mundo”, afirmou.
As mineradoras acreditam que o grafite produzido seria bem aproveitado para a indústria de carros elétricos. Brian Brockman, porta-voz da Nissan, disse que há 57 libras de grafite na bateria de íon-lítio de cada Leaf, um modelo elétrico da montadora. Entretanto, em 2013, foram vendidas 97 mil baterias de íon-lítio nos Estados Unidos, menos de 1% dos 15,5 milhões de veículos, segundo dados da Eletric Drive Transportation Association.
Segundo Hains, baterias para fontes de energia renováveis, como energia solar e energia eólica podem ser de uso mais importante. O US Geological Survey (USGS) diz que as companhias do setor de energia têm desenvolvido em grande escala, de forma que podem, em breve, consumir mais grafite do que todos os outros setores juntos.
Hains lembra que as mineradoras precisam encontrar compradores para o grafite que pretendem produzir. “Não se trata de simplesmente produzir grafite para vender e esperar que alguém vá bater na sua porta e comprar”, disse o especialista.
A China foi responsável por 750 milhões de toneladas métricas das 1,1 bilhão de toneladas métricas de grafite produzidas em todo o mundo em 2012, segundo dados do USGS. Apesar da supremacia chinesa na produção mundial de grafite, os números de 2012 representaram uma queda de 50 milhões de toneladas métricas em relação ao ano anterior. De acordo com o USGS, a queda ocorreu porque o governo fechou minas em função de problemas ambientais e proteção de recursos.
A canadense Graphite One Resources explora o depósito Graphite Creek, considerado de classe mundial, no Alasca. A empresa, que encontrou uma quantidade maior do que a esperada de grafite de alto teor, acredita que a mina pode permanecer sustentável pelos próximos 20 anos.

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