sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Blog Lucas Prado Kallas- MANABI APRESENTA PROJETO DE MINERODUTO EM FERROS

A Manabi, mineradora que investirá R$ 6,5 bilhões em Minas Gerais, promoveu na tarde de ontem mais uma reunião pública com a comunidade para apresentar o seu projeto e esclarecer dúvidas da população. A cidade da vez foi Ferros, em cujos limites será implantando um trecho de 54 km de um mineroduto que ligará a mina em Morro do Pilar (MG) a Linhares (ES).

Aproximadamente 200 pessoas, a maioria de moradores de Ferros, Santa Maria de Itabira e Santo Antônio do Rio Abaixo, estiveram presentes no evento da mineradora, organizado no Centro Cultural Roberto Drummond. As reuniões públicas são ações proativas da Manabi na busca pelo diálogo com os moradores. Só nessa semana, técnicos da empresa tiraram dúvidas e colheram sugestões nas cidades de Naque e Engenheiro Caldas. Mais de 500 pessoas participaram dos dois encontros.Lucas Kallas, Lucas Prado Kallas, Lucas Kallas Mineração, Lucas Prado Kallas Mineração, Lucas Kallas Biogold
“Queria agradecer a todos que estão aqui para conhecer nosso projeto. Só conversando poderemos chegar nas melhores práticas, que trarão benefícios para empresa e para vocês”, disse Camilo Silva, gerente geral de processos e tecnologia. Ele ressaltou o fato de a reunião não ser uma audiência pública, tampouco uma exigência ou contrapartida determinada pelo poder público. “Entendemos que a população deve participar de todas as fases do nosso projeto, mesmo bem antes de ser iniciado e por isso estamos aqui”.
A iniciativa agradou Carlos Castilho, prefeito de Ferros, que há alguns meses negocia a anuência do município para a passagem do mineroduto. Para Castilho, que percorreu com empregados da Manabi todo o trajeto do mineroduto  na cidade, as conversas vem sendo proveitosas. “É uma empresa muito receptiva. Eles pedem para enviarmos perguntas e nos respondem rapidamente”.
Essa transparência foi ressaltada pelo secretário municipal de meio ambiente Carlos Elísio. “Temos de admitir que postura de diálogo adotada pela Manabi é diferente do que fizeram outras empresas do setor”. Elísio pediu ao público que ajude à administração municipal a analisar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), disponibilizados pela Manabi nas prefeituras e câmaras municipais das cidades que serão impactadas pelo projeto. “Já que temos essa abertura, peço que se informem e tenham embasamento para conversar com a empresa”.
Marlúcia Oliveira, prefeita de Santo Antônio do Rio Abaixo, que também terá um trecho do mineroduto, promoverá ações para incentivar os moradores a se debruçarem nos documentos. “Nada ainda foi implantado. Dá para a gente chegar num acordo bom para todos”.
O projeto
A Manabi planeja extrair 25 milhões de toneladas de minério de ferro por ano em Morro do Pilar e exportar todas essa produção por meio de um complexo logístico, que inclui um mineroduto de 511 KM, passando por 19 municípios em Minas Gerais e quatro no Espírito Santo. A empresa também construíra o Porto Norte Capixaba, na cidade de Linhares, onde toda a produção será embarcada e exportada.
Tanto o projeto quanto os seus impactos sociais e ambientais foram explicados na reunião em Ferros pelo gerente da Manabi Camilo Silva, pelo oceanógrafo Alexandre Pasolini, gerente de projetos da Econservation, e pelo engenheiro florestal Cristian Rodelo, gerente de projetos da Ecology Brasil. As duas empresas realizaram os estudos de viabilidade do empreendimento.
Um dos levantados pelos participantes da reunião foi a água. Eles perguntaram se o mineroduto, que utilizará parte da vazão do rio Santo Antônio, não prejudicará o abastecimento dos municípios, que depende diretamente da sua bacia. Foi explicado que a vazão a ser utilizada pela Manabi, já autorizada pelo Instituto Mineiro de Gestão de Águas (IGAM), é de apenas 1,16%. Uma quantidade muito pequena, que não afetará de forma relevante o volume do rio, muito menos o abastecimento das casas.
A empresa realizará um estudo para recuperar as áreas de recarga do Santo Antônio, muitas delas transformadas em pastagem. É nessas áreas que a água da chuva preenche os lençóis freáticos formadores das nascentes que ajudam a fortalecer o rio.
Outra questão muito debatida foi a indenização pelo uso das propriedades por onde passará o mineroduto. Camilo explicou que o valor pago pela Manabi aos donos das terras é baseado nas regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que leva em consideração tudo que está construído no espaço da faixa de servidão, de aproximadamente 30 metros. Entra no cálculo também possíveis perdas de produção impossibilitada durante as obras.
O gerente ressaltou que a Manabi não comprará as terras. Apenas celebrará com o proprietário um contrato de uso compartilhado daquela faixa de servidão. Depois de instalado o mineroduto, a faixa poderá ser utilizada como pastagem ou plantação de culturas de raízes não muito profundas, como feijão e milho.
Emprego
Durante todo o projeto, a empresa estima que sejam criados aproximadamente 5,5 mil empregos, diretos e indiretos. Os participantes, sobretudo os jovens, foram estimulados a se integrarem ao corpo de funcionários da empresa. Foi divulgado um site (www.vagas.com.br/manabi) para que os interessados possam se cadastrar. Também foi explicado que muitas dessas oportunidades não serão abertas pela Manabi, mas solicitadas por empresas terceirizadas pela mineradora, pelas já instaladas na região ou pelas que serão atraídas com o crescimento da economia. O empreendimento resultará em um aumento da massa salarial, que movimentará o comércio e outros serviços oferecidos nas cidades. 

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